terça-feira, 2 de setembro de 2008

Artes Plásticas e conceitos atuais

A última aula pareceu bastante intensa, cheia de referências.
Mas a idéia principal era entender como ocorreu o processo de desmaterialização do suporte artístico na evolução das artes plásticas durante o século XX.
Assim como mostrar que a imaterialização, ou ainda, a virtualização da experiência humana tende a tomar parte de nossas vidas de forma incontornável.

Falamos das vanguardas do início do século XX, das vanguardas do pós-guerra (1950-60) e do fim das vanguardas a partir dos anos 1970.
Mas sempre ligados aos paradigmas de Castells, discutidos na primeira aula. Durante as últimas aulas, esses conceitos foram abordados sob vários pontos de vista: filosofia, metrópoles, habitação e artes plásticas.


Assim, tivemos como objetivos nesta aula:
. Entender conceitos atuais (paradigmas de M. Castells - ver texto no post da primeira aula), através de um entendimento de sua evolução das artes plásticas durante o século XX;
. Estabelecer relações entre Artes plásticas e as Tecnologias da Informação e Ccomunicação;


Tópicos abordados:


Começo do século XX:
. Vanguardas (avant garde): diversas formas de romper com o contexto histórico em que se inserem.
. As vanguardas Modernas e o conceito de continuidade.
. Arquitetura e artes plásticas: racionalismo e consciência sobre a realidade.
Bibliografia: ARGAN, G. C. 1992. Arte moderna. São Paulo, Companhia das Letras. Capítulo: Consciência e realidade.

Pós-Guerra (1950-60):
As últimas vanguardas:
. Pop-art – Andy Warhol e Lichtenstein - inserção das artes no comércio
. Expressionismo abstrato (concretismo) – Rauschenberg, Pollock - arte como suporte para uma nova realidade. A representação é o real.
. Happening ou performance - Allan Kaprow - O tempo é o suporte da linguagem artística. (link: http://www.geocities.com/Athens/Acropolis/5422/kaprow.html )
. Minimalismo - Donald Judd e James Turrell - o objeto artístico rompe totalmente com a representação da realidade, criando uma realidade em si, de forma contundente.


Década de 1970:
Anti-arte:
. Grupo Fluxus - site specific (intalação) e performance – hibridização entre espaço+tempo.
. Movimento Punk (resposta à então atual sociedade de consumo) - Malcom McLaren e Vivienne Westwood: estetas responsáveis pelos principais enunciados do movimento punk, além de criar a imagem ruidosa de bandas punk como Sex Pistols.
Posturas observadas: . Anti-globalização; . Anti-homogeneização da cultura;
. Mensagem rápida e negação das técnicas: músicas estruturadas em apenas dois acordes que se repetem; . Do yourself (faça você mesmo o que for consumir)



Década de 1980:
O fim das vanguardas
Novos meios de comunicação se popularizam: TV e videocassete
A década perdida;
Neo-expressionismo no Brasil;

Década de 1990:
Traços de ruptura, comuns nas vanguardas artísticas de todo o século, perdem lugar para as possibilidades de absorção de conteúdos, agora editáveis.
Cultura digital: Novas tecnologias de produção de imagem ampliam as possibilidades de articular conteúdos.

Trecho do texto:
Pimenta, E. D. Arquitetura Virtual. Portugal: Vitruvius, fev. 2001.

“Possuímos uma formidável rede de irrigação sangüínea localizada à frente das nossas retinas. Se pudéssemos ver quando os nossos olhos param, estaríamos perdidos numa rede de sombras e cores mesmo quando os nossos olhos estivessem em movimento – pois a rede de irrigação está sempre parada em relação à retina. Trata-se de um artifício do cérebro sem o qual seríamos praticamente cegos. Assim, os nossos olhos quase nunca param. Realizam mínimos e constantes movimentos de rastreamento, sem que os percebamos. Toda a história da arquitetura desde o mundo Sumério parece estar intimamente relacionada com essa fascinante e sutil capacidade de movimentação ocular – movemos os nossos olhos numa freqüência de cerca de dez vezes por segundo, imperceptivelmente.
Até há pouco tempo a única coisa que fazia com que os nossos olhos parassem era o fogo. Por isso a magia que identificamos nas velas e nas fogueiras. Por isso, desde os mais remotos tempos, usamos velas em rituais e exercícios místicos. Trata-se de uma forma de fazer o olho parar, sem que notemos quando isso acontece.
Mas o fogo era, na sua forma original, demasiadamente efêmero para que pudéssemos operar diretamente com ele. (...) Assim, mesmo após o desenvolvimento da lâmpada elétrica por Edison, o fogo continuava sendo o único meio que substituía eficientemente os imperceptíveis movimentos oculares… até que surgiu o tubo catódico, a televisão.”

Discutimos também características de interfaces comunicacionais como a TV e a tela do monitor.
W. Flüsser (filósofo contemporâneo): novos espelhos midiáticos.


Década de 2000:
Marcos Novak e arquitetura Imaterial: apropriações do espaço virtual.
. Novas e mais potentes tecnologias para produção da imagem.
Arquitetura Líquida: conceito de Pantópico e o que ele comenta sobre The loss of inscription.
(link para o texto: http://www.krcf.org/krcfhome/PRINT/nonlocated/nlonline/nonMarcos.html )

Stephen Perrella - Moebius House: habitação cuja existência se dá apenas em ambiente simulado, virtual. Constitue-se por uma membrana que recombina continuamente interior e exterior.
Link: http://architettura.supereva.com/extended/19981201/index_en.htm


Lee Bull - artista plástica coreana que trabalha com técnicas milenares (como a cerâmica) para a produção de esculturas de cyborgs.

(o site da artista está em construção.... mas o link é este: http://www.leebul.com/ )




Postado por Marcos Marchetti

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